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5 de abril de 2014

O dono da obra


Certa feita numa construção, três tijolos preocupados com o uso que iriam ter na confecção daquele edifício, foram falar com o pedreiro e tiveram a seguinte conversa:

Disse o primeiro: - Escute aqui ó moço, onde é que você vai me colocar? Não quero ficar nos alicerces, ali é muito úmido, desconfortável e ninguém me vê; também não quero ficar numa parede que vai levar reboque, pois assim eu desapareço. Estive verificando a planta da obra e percebi que na frente da casa tem uma parede de tijolos à vista. É naquela que eu quero ficar! Bem em cima! Acima da varanda e bem no alto, assim quando as pessoas passarem vão me ver sempre. Sempre estarei em destaque, não importa se vou ser útil ou não, quero é aparecer! Se não for assim pode me jogar fora, pois tem que ser como eu quero.

Disse o segundo: Nossa! Como você é petulante. Eu não sou assim. Tirando os alicerces, eu topo qualquer parada... Bem... Com algumas exceções: Não quero ficar na parede da sala escutando os lamentos, lamúrias e discussões da casa, não quero ficar na parede dos quartos, pois não gosto de intimidade com ninguém, não quero ficar na parede da cozinha cheirando frituras, comidas... Isso me embrulha o estômago e nem na parede do banheiro, pois aquilo lá é muito mal cheiroso e tem muita coisa que não quero ver. Tira-me dessa! Se não for assim, faça comigo como pediu o meu colega aí ao lado.


Disse o terceiro: Não quero me meter na vida deles, Senhor pedreiro; pois sei que nós daremos contas de cada um diante do dono da obra, mas comigo não tem tempo ruim. Fico nos alicerces, suporto a umidade, o peso da obra, o roer dos ratos, a coceira das baratas; se você quiser também fico em qualquer parede, com ou sem reboque. Fico na parede da sala, pois tenho paciência para escutar e sabedoria para guardar segredos; se quiser me coloque na parede dos quartos, pois gosto muito de ficar íntimo das pessoas. Fico também na parede da cozinha cheirando as frituras e os cozidos, verificando a culinária dos donos da casa e também não tem nenhuma importância ficar no banheiro, pois ali é que se joga fora o que é nocivo ao corpo ao corpo. É ali que as pessoas desnudas mostram quem é que são. Tem mais uma coisa: Se você achar que não sirvo para a obra, por ter algum defeito, pode me quebrar, me esmagar e fazer de mim piso para a sua obra, ou me colocar em algum aterro. O que eu quero é servir, ser útil, pois eu sei que a sua obra é de importância vital para o mundo e eu quero participar dela, seja como for, de qualquer jeito.

Nota: O dono da obra é Deus, o pedreiro é Jesus, a obra é o Evangelho, os tijolos somos nós e as atitudes dos tijolos são os nossos procedimentos na Igreja.

Pr. Osmar Hespanha Pinto

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